Saúde. "Precisamos parar de pensar que o seguro saúde é 'grátis, tenho direito a ele'", diz Vautrin.

Em entrevista ao Le Monde , publicada na manhã deste sábado, a ministra do Trabalho e da Saúde, Catherine Vautrin, expôs os planos do governo para atingir os cinco bilhões de euros de economia anunciados por François Bayrou.
Franquias médicas, doenças crônicas, licenças médicas... Em entrevista ao Le Monde publicada na manhã deste sábado, a Ministra do Trabalho, Saúde, Solidariedade e Famílias, Catherine Vautrin , detalha as medidas de corte de custos para conter os gastos com saúde no próximo ano. A Primeira-Ministra solicitou, em meados de julho, uma redução de "cerca" de cinco bilhões de euros nos gastos com saúde no próximo ano, apelando, nomeadamente, a um esforço para tornar o povo francês "responsável".
Catherine Vautrin destaca que François Bayrou anunciou, notavelmente, "a duplicação do teto das franquias médicas" para 100 euros por ano (ou seja, os valores não reembolsados ao paciente, fixados em 1 euro por caixa de medicamento). Enfatizando que "precisamos acabar com essa ideia de que o seguro de saúde é 'gratuito, eu tenho direito a ele'", ela especifica que haverá um teto fixado "no máximo 8 euros por mês" e reafirma que essas franquias serão pagas "no balcão".
Em relação às doenças de longa duração (DAL), também citadas por François Bayrou entre as medidas de redução de custos, a ministra indicou que o primeiro passo seria "facilitar a saída desse regime, quando o médico declarar que você está totalmente curado de um derrame ou câncer, por exemplo". Ela acrescentou que o governo pretende "questionar a manutenção do reembolso de 100% de tratamentos de spa e medicamentos cujo benefício médico é baixo para pacientes com DAL".
“Primeira paralisação de trabalho limitada a 15 dias”Sobre outra questão delicada, que François Bayrou chama de "um deslize", a das licenças médicas, a ministra explica que transferir o custo das licenças médicas, até o sétimo dia, para o empregador é uma opção "em estudo" e "deve ser discutida com os parceiros sociais". "Nesse cenário, as empresas seriam obrigadas a assumir esse período adicional de carência, do quarto ao sétimo dia", afirma.
A Sra. Vautrin também indicou que o governo pretende "acabar com os abusos" e deseja "limitar qualquer licença médica inicial a 15 dias na clínica geral" e a "um mês após a alta hospitalar", com a ideia de ter "uma reavaliação mais regular das situações".
Vacinação obrigatória contra a gripe em lares de idososEm termos de prevenção, a ministra observou que "85% dos residentes de lares de idosos estão agora vacinados contra a gripe", estimando que ainda faltam atingir "pelo menos dez novas taxas de vacinação". "Para isso, gostaria que a vacinação se tornasse obrigatória para idosos em instituições", disse ela.
Por fim, ela aponta para o "nomadismo médico", acreditando que buscar uma segunda opinião "é perfeitamente compreensível após o diagnóstico de uma patologia", mas que "isso não se aplica a uma terceira, quarta ou quinta consulta idêntica com outros profissionais. Devemos limitar a abrangência deles", afirma.
Le Bien Public